Discoteca

Assim que acordei, fui até ao meu roupeiro escolher uma roupa para levar para sair e assim que estava toda arranjada, agarrei nas minhas coisas e sai do colégio, depois de mandar uma mensagem à minha irmã. Ela estava lá em casa, sozinha uma vez que os meus pais tinham viajado e por muito que me apetecesse estar com ela, estar em casa era uma seca e sabia que a Sophie precisava de tempo para ela depois de tudo o que tinha passado, coitada. Assim que entrei na discoteca, aproximei-me do bar. Ia beber muito, dançar muito e falar com muitos rapazes. Precisava de festa.

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Eu estava tão aziado ainda por causa da outra e do meu pai, que só me lixavam a cabeça, que quando foi ensaiar com a banda eles pararam a meio e agarraram em mim, enfiando-me numa discoteca. Fiz uma careta fingindo-me contorcer de nojo - que nojo de música meu - empurrei aquele que tinha conduzido.
-Mas tem bebidas e gajas boas - reclamou.

Assim que cheguei ao balcão, empoleirei-me toda no mesmo para que o barman me conseguisse ouvir e assim que ele veio com a minha bebida, passei-lhe a nota para pagar e dei um gole na mesma. Encostei-me ao balcão enquanto me abanava ligeiramente ao som da música e fui olhando em volta para ver se encontrava alguém que me interessasse.

-Nunca ouviste dizer que nunca se sai com uma miúda que não ouve a mesma música? - perguntei tem tom de gozo, mas ele só me revirou os olhos e apontou para uma gaja, que eu ao início não consegui reconhecer, mas depois fi-lo logo.
-Aposto que não consegues comer aque...
-Nem penses el..
-Eu sabia - disse ele a rir fazendo-me passei as mãos pelo cabelo. - Anda beber uns shots e logo se vê se consegues ou não - disse ele fazendo-me passar por ela.

Quando levantei o olhar do meu copo, fiz uma careta assim que vi o Roy mesmo à minha frente com um amigo ou o namorado, eu sei lá. Acabei a minha bebida num instante e pousei o copo vazio no balcão, afastando-me de seguida do mesmo e caminhei até ao centro da pista de dança para ir dançar um bocado. Credo, tinha de ir a um lado e estar lá aquele. Ele já não me interessava, numa discoteca tão grande, haviam ali homens interessantes e algum interessado.

-Porque é que ela te irrita assim tanto - olhei-o com cara de quem não queria falar daquilo mas ele continuou.
-Porque a miúda pensa que é muito tal como o meu pa..
-Aposto que vocês iam provocar um terramoto - levantei uma sobrancelha com o seu comentário e abanei a cabeça pedindo duas bebidas para mim, era melhor antes que me desse uma coisinha. Olhei para trás, vendo-a dançar e dei graças a deus por ter superado a rejeição, ou se calhar não superou e era por isso que estava toda amuada comigo, melhor para mim que não a tinha que a aturar.

Foi um instante até que um gajo viesse falar comigo a perguntar o meu nome e se podia dançar comigo. Assim que ouviu que era a Rebecca McRieve, os olhos brilharam e pronto, não foi preciso mais nada. Puxei o meu vestido para baixo na zona do decote e para cima nas pernas e encostei-me a ele enquanto dançávamos, roçando-me no seu corpo. Com sorte este ia fazer-me a noite. Credo, eu não era nenhuma desesperada mas estava mesmo a precisar de me divertir ou ia ter de descarregar a minha frustação sexual num saco de boxe.

-Ela parece que já se está a divertir - disse ele para me provocar.
-Mas tu queres parar com isso? - perguntei - eu andei o dia aziado por causa desta gaja e tu não paras de falar nela? - perguntei irritado vendo-o arregalar os olhos.
-Tem calma puto. Só estava a dizer que ela..
-É uma vadia que praticamente se vende? - perguntei e assenti por ele - eu sei. - mandei o copo para o balcão.

- Já volto. - disse ao rapaz que eu sinceramente nem sabia o nome, nem sabia se ele me tinha dito. Afastei-me dele e caminhei até ao bar para pedir mais qualquer coisa. Revirei os olhos quando vi o Roy lá com um amigo. Ou o que fosse. Encostei-me ao balcão e simplesmente ignorei. Ele é que não parava de olhar para mim mas pronto - Um shot, se faz favor.

Olhei para o meu copo, que estava de novo cheio e bebi um bocado, eu gostava muito dos meus amigos mas detestava quando não se calavam durante minutos. E ele estava especialmente a irritar-me porque não parava de falar na outra. -Se estás tão interessado porque é que simplesmente não vais tentar a tua sorte? - perguntei vendo-o sorrir logo de seguida e olha-la. Revirei os olhos enquanto abanava a cabeça e bebi o resto do conteúdo vendo-o sair do meu lado para ir ter com a loira.

Sorri ao barman depois de lhe dar o dinheiro para pagar a bebida e agarrei no copo do shot, bebendo o conteúdo do mesmo de uma vez. Encostei-me ao balcão e olhei para o rapazinho com quem eu tinha estado a dançar que ao que parecia tinha desaparecido. Encolhi os ombros e ia voltar para a pista de dança nem que fosse para dançar sozinha quando o namorado do Roy parou à minha frente - Parece que ele não é lá muito bom. - falei para mim enquanto sorria. Olhei para o rapazinho e sorri-lhe - Precisas de alguma coisa? - perguntei ao seu ouvido para ele conseguir ouvir no meio daquele barulho todo.

Olhei para lá a loira e o meu amigo vendo-o apresentar-se. Ele chamava-se Dinn e não era tão giro quanto eu, claro, mas tentava sempre a sua sorte não conseguindo por vezes. Se bem que se eu não me enganava eu sabia muito bem que a gaja ia querer, já tinha dado para perceber o que ela cria. Virei-me para trás olhando-os mesmo à descarada e ri-me quando vi Dinn passar uma mão pelo seu braço. Abanei a cabeça voltando a virar-me para o bar, não sabia qual dos dois era o mais necessitado.

Baixei o olhar quando o rapazinho passou a mão pelo meu braço e juntei as sobrancelhas. Sim, eu queria sexo mas ainda não estava tão necessitada ao ponto de ir comer o amigo meio estranho do atrasado mental. Voltei a virar-me em direção ao balcão e pedi outro shot que bebi num instante assim que me foi trazido pelo barman - Vou dançar. - disse depois de pousar o copo vazio no balcão e apontei para o loiro estúpido - Acho que o teu amigo está a ficar com ciúmes por isso é melhor voltares para ao pé dele. Ele parece necessitado. - dei-lhe um beijo na bochecha e disse-lhe adeus com a mão antes de seguir de novo para o meio das pessoas que estavam a dançar.

Quando senti Dinn ao meu lado não consegui não me rir. - Não tiveste sorte? - perguntei vendo-o com um ar meio frustrado.
-Ela pensa que somos gays - disse agarrando no seu copo e bebendo tudo de seguida.
-Melhor, assim não me chateia - encolhi os ombros vendo-o revirar os olhos.
-Bem meu, eu vou-me embora, tenho coisas para fazer. - disse ele. Fiz uma careta abanando a cabeça.
-Mas... - ele já tinha ido embora fazendo-me abanar a cabeça, agora tinha que ir a pé, rico amigos que eu tinha. Bem, no fundo era melhor, agora podia aproveitar a noite e arranjar uma gaja que não tivesse a mania. Agarrei no meu copo mal mo deram e fui para a pista de dança, já estava suficientemente quente para conseguir dançar aquelas músicas nojentitas.

Fiz uma careta quando me fartei de dançar e suspirei, caminhando novamente para o bar. Esta noite queria divertir-me à grande, dançar até me doer os pés, arranjar algum rapaz para me divertir mas agora que aqui estava, só me apetecia ir para a cama e dormir o resto do dia seguinte. Pedi mais uma bebida e encostei-me ao balcão enquanto olhava em volta. Levantei uma sobrancelha assim que vi o Roy a dançar e abanei a cabeça.

Não foi preciso muito tempo até duas raparigas virem ter comigo perguntar-me o nome. Era o mesmo de sempre, eu podia ter mau aspecto para algumas, mas tinha muito bom aspecto para outras. Uma delas, não tinha ouvido o nome delas mas isso nem interessava muito, foi-se embora ter com o namorado e a mais tímida, mas não mais animada, começou a dançar comigo e pouco demorou até a beijar. Pelo menos ela não tinha ar de mimada que sabia tudo.

Continuei encostada ao balcão a acabar a minha bebida e fiz uma cara enojada quando vi o Roy a beijar uma miúda que parecia filha dele, credo - Está na minha hora, antes que vomite para aqui. - tirei uma nota da minha mala e pousei a mesma no balcão para pagar as minhas últimas bebidas. Ajeitei o vestido e depois disso comecei a caminhar para sair da discoteca. Respirei fundo assim que levei com o ar fesco na cara e olhei em volta para ver se encontra algum taxi para voltar para o colégio.

-Está uma rapariga a olhar para aqui - disse a rapariga que tinha acabado de beijar sentindo-a encostar-se a mim. Olhei para onde ela tinha apontada e não consegui evitar um sorriso quando percebi que era Rebecca e que ela já se estava a ir embora.
-Não lhe ligues ela é louca da cabeça.
-Eu acho que ela é conhecida - comentou fazendo-me encolher os ombros, ela percebeu que o assunto não me importava e empoleirou-e toda e mim - queres ir dar uma volta? - perguntou com um sorriso sugestivo fazendo-me sorrir.
-Vamos, já está a ficar calor.

Ajeitei a minha mala no ombro e suspirei enquanto me afastava da discoteca à procura de um taxi para me levar ao colégio ou ia ter de ligar à Sophie a pedir boleia mas não a queria chatear.
- Miúda! Tu aí, loira. - levantei uma sobrancelha mas continuei a andar, ignorando a voz que estava poucos metros atrás de mim. Podia nem ser para mim mas se fosse, ia continuar a ignorar - Rebecca não é? És a mais nova. - mesmo que tentasse andar, assim que o meu braço foi preso, não o consegui fazer - Sabes quem eu sou?
- Parece-te que eu me dou com pobres? - eu tentava controlar-me a sério que sim mas saia-me instantaneamente. Não havia nada a fazer.
- Estás a ver este olho negro? - perguntou ele apontando - Foi o teu paizinho. Sabes o que é que eu lhe disse? Que ele ia sofrer mas da maneira que lhe doi mais. Uma das filhinhas.

Estava tão distraído nos meus pensamentos que quando dei por ela, a rapariga já estava a sentar-se no banco de trás de um táxi. Sorri-lhe quando ela fez o mesmo e estava mesmo para entrar quando vi que Rebecca ainda ali estava, sentei-me sem fechar a porta e pelo vidro, consegui ver um homem a agarra-la pelo braço, podia ser só manias dela, mas via-se que ela o queria bem longe dela. - Espera - murmurei. Podia ser só uma sensação, mas parecia que algo de mau se ia passar.

Olhei para ele e revirei os olhos - Parabéns. Foste ao ringue com o meu pai e levaste porrada, o que é que queres que eu te faça? - pressionei os lábios com força para ver se me calava mas não me conseguia controlar, era mais forte do que eu. Responder estava-me no sangue e não me conseguia controlar.
- O que eu quero é que o teu pai sofra e a melhor maneira de isso acontecer é magoar uma das filhas. Bem, tu és a mais fácil afinal vou sempre saber onde estás. A televisão é boa para isso.
Tentei empurrá-lo para trás mas apesar de todo o meu treino e da minha força, porque sim, eu a lutar às vezes conseguia parecer um verdadeiro rapaz, o meu pai tinha-me treinado bem, mas ele era demasiado grande e forte para mim.

Eu detestava aquela gaja, mas também não a ia ficar a ver ser assaltada, ou o que quer que aquilo fosse, e não fazer nada. Ainda tinha consciência e não queria ficar com ela pesada. Olhei para a rapariga que ia comigo para um hotel - vai ter que ficar para outro dia - respondi-lhe vendo-a arregalar os olhos. - Tenho que ir tratar de uma coisa - levantei fechando a porta e mandei-lhe uma nota pela janela, para ela pagar o táxi. Voltei a olhar para Rebecca e fui a um passo rápido até eles os dois fazendo o gajo afastar-se dela, mandando-lhe um murro logo de seguida - O que é que se passa?

Fechei a minha mão num punho pronta para lhe dar um soco naquele nariz feio e torto quando o Roy se antecipou e o atirou para o chão. Desencostei-me da parede e olhei-o novamente - Eu sei lá, ele é maluco. - ajeitei o meu cabelo e o vestido porque parecia uma maluquinha naquele momento - Veio falar sobre o meu pai e sobre magoar-me. Ele é maluco daquela cabeça. - disse tentando acalmar-me e não parecer uma histérica.

Fiquei a olhar para o gajo que estava no chão, ouvindo Rebecca a falar. - Vá embora - disse empurrando-o com o pé - já - levantei o olhar dele para a gaja não conseguindo evitar fazer um sorriso gozão devido ao seu estado - estás com medinho, é? - perguntei para a gozar um pouco olhando depois d enovo par ao gajo.