Sala de estar

*Sophie*
- Foste mesmo convidado. - disse com um sorriso enquanto me sentava no sofá - Não precisas de ir já embora, ainda podes ficar aqui um bocadinho. - encolhi os ombros ainda com um sorriso nos lábios e cheguei-me para uma ponta do sofá para que ele tivesse espaço para se sentar também - A não ser que tenhas de ir ver da minha irmã antes de te ires embora e aí posso mostrar-te onde fica o quarto dela.

Olhei com um sorriso maroto para a mão de Sophie que apontava para o sofá e fui sentar-me para lá, não estava com muito sono, mas ainda estava meio ressacado e a minha cabeça estava pesada assim como o meu corpo. - Não preciso de ir ver a tua irmã - disse olhando-a e depois olhei para trás, para ver se os pais dela estavam por ali - porque é que estás toda aos sorrisinhos comigo? - perguntei com um sorriso - tens a noção que se o teu pai descobre ele mata-me.

- Então fica aqui comigo. - disse ainda a sorrir e olhei também por cima do sofá quando vi o Roy a fazê-lo, vendo os meus pais a entrarem no escritório - Não te preocupes, o meu pai não vai descobrir. - estiquei-me na direção dele e rocei os meus lábios pela sua orelha - É uma pena não ter sido eu ameaçada. - disse com um beicinho - Era mais giro se tivesses de tomar conta de mim.

Levantei o olhar para o tecto quando a senti aproximar-se da minha orelha e voltei a olha-la. - Ai é? Gostavas que eu tomasse conta de ti? - perguntei virando-me para ela e aproximando-me dela - eu acho que não, pergunta à tua irmã - toquei-lhe na bochecha - ela odeia ter-me como babysitter. - disse em tom de gozo e olhei-a. - Não vais seduzir-me com os teus pais em casa.

- Claro que gostava, podíamos arranjar maneira de tomares conta de mim e nos divertirmos ao mesmo tempo. - disse com um sorriso quando ele se aproximou mais de mim. Ri-me quando ele disse que não o podia seduzir com os meus pais em casa e encolhi os ombros com um sorriso nos lábios - Eles estão no escritório não te preocupes. - puxei-o mais para mim pela camisola até conseguir tocar com o meu nariz no dele.

Olhei os seus lábios quando me fez aproximar-me dela e pousei as mãos na sua cintura apertando-lhe o vestido fazendo com que ele subisse um pouco mais para cima, mas não muito - mas podem aparecer e eu preciso mesmo deste emprego, por mais chato que seja - disse esforçando-me para subir os olhos dos seus lábios até aos seus olhos.

*Rebecca*
Sai do meu quarto apenas em top e cuecas para ir até à cozinha buscar um copo de água, quando passei pela sala e vi o Roy e a Sophie quase a comerem-se - Oh por amor de deus. - abanei a cabeça e aproximei-me do sofá, emboleirando-me no mesmo enquanto olhava para eles os dois - Sabem, nesta altura deviam estar a agradecer por eu não ser nem o meu pai nem a minha mãe. - dei a volta e agarrei na mão do Roy - Tu anda para ver se acalmas as hormonas e tu já tens idade para ter juízo Sophie. - abanei a cabeça e puxei-o em direção ao corredor que dava para os quartos.

Estava quase a beija-la quando Rebecca apareceu vinda do nada. Olhei para ela com o coração aos pulos e quase a ter um ataque de morte quando ela falou e deixei que me agarrasse na mão. - Eu avisei - disse a Sophie enquanto encolhia os ombros e fui de arrastão com ela - Estás com ciúmes Becca? - perguntei usando o diminutivo dela para a chatear.

Virei-me de frente para ele e revirei os olhos, cruzando os braços de seguida - Não, Ronald. - inventei um nome que desse com Roy - Mas acabei de te salvar a vida, devias estar-me bastante grato. - abri a porta do meu quarto e entrei no mesmo, atirando-me para a minha cama novamente - Bem, se te queres mesmo ir embora o melhor que tens a fazer é ir porque se fores apanhado na cama da minha irmã nos preparos da sala estás bem lixado. O meu pai é lutador de boxe, não te esqueças.

Fiz uma careta quando ela me chamou de Ronald - o meu nome é só Roy, surgiu quando os celtas chegaram à escócia e quer dizer rei - disse com um sorriso convencido. - Não acabaste de me salvar a vida - fui atrás dela e encostei a porta - eu não ia fazer nada, eu preciso mesmo deste emprego - disse mesmo a sério - mas a tua irmã é bastante insistente, mais que tu - fiz um sorriso maroto - mesmo que digas que não, eu acho que ficaste com ciúmes.

- Que interessante, obrigada pela aula de história. - disse irónica. Ri-me quando ele disse que não ia fazer nada com a minha irmã porque precisava do emprego - A sério? Porque olha que se tivesse sido o meu pai a aparecer quando eu o fiz, acho que ele não ia pensar que vocês estavam apenas a falar inocentemente. - disse com um encolher de ombros e um sorriso nos lábios - Ciúmes? - repeti - Não sejas tão convencido.

Ri-me quando ela se riu, apesar de eu me estar a rir de divertimento e ela toda irónica e cheia de ciúmes. Sentei-me ao lado dela, na zona onde ela estava toda esticada e olhei-a. - Eu não ia está bem? - perguntei - o teu pai ia pegar-nos numa má altura sim, mas isso não quer dizer que eu fosse fazer alguma coisa com ela. - olhei-a com um sorriso convencido que não conseguia tirar da cara, como se tivesse vencido alguma coisa - eu não estou a ser convencido, eu sei que é verdade.

Encolhi os ombros quando o ouvi e olhei para baixo por perceber que eu só estava de roupa interior, pelo que também não seria um bom momento se o meu pai aparecesse ao ver-me assim e o Roy sentando na minha cama. Mas a porta estava fechada e nunca mas nunca entravam no quarto sem que eu desse ordem para o fazer - Não é verdade. - disse-lhe com um revirar de olhos e cheguei-me para a frente, colocando as minhas mãos nas pernas dele para me apoiar - Só não percebo porque é que comigo és um estúpido e com a minha irmã ficas todo derretido.

Olhei para as mamas dela um bocado à descarado, apesar de não me aperceber disso a início e quando me apercebi levantei a cabeça ao nível dos seus olhos para a olhar. Ri-me pela forma como disse aquilo - eu não a conheço, a ti conheço-te e tu irritas-me desde o início - encolhi os ombros - para além disso eu sou o teu babysitter, não é suposto fazer nada contigo. - toquei-lhe no queixo enquanto me aproximava, apesar de não a ir beijar - isso são ciúmes.- sorri.

Olhei para ele assim que o Roy me tocou no queixo e levantou o meu olhar para o dele. Não olhei para os lábios dele graças a uma grande força de vontade da minha parte e deixei-me estar toda em cima dele na mesma - Não são não. - semicerrei os olhos e dei-lhe uma palmada sem força na bochecha - E se te irrito tanto, pede ao meu pai para seres o babysitter da Sophie. Assim adoram os dois esse trabalho. - afastei-me dele e deitei-me novamente na cama.

-E quem disse que eu ia para a cama com a Sophie só por ser babysitter dela? - perguntei - connosco aconteceu porque te aproveitaste da minha fragilidade de ser sonâmbulo - revirei os olhos e olhei para o chão de casa dela, para depois voltar a olha-la. - e és tu que precisas de babysitter - afastei-me dela antes que acabasse por acontecer alguma coisa a sério - eu preciso de ir embora, já se devem ter ido todos deitar.

- Eu não me aproveitei de ti. - revirei os olhos - Tu atiraste-te para cima de mim todo louco, eu até achava que estavas acordado porque nunca vi ninguém dormir e estar assim tão excitadinho. - encolhi os ombros - Mas tudo bem. - puxei a manta da cama mais para cima de mim e disse-lhe adeus com a mão, deitando-me de lado na cama e encostando a cara à almofada para ver se ele se ia embora de uma vez.

-Então ainda não dormiste com os homens suficientes para isso - revirei-lhe os olhos e fechei a porta atrás de mim. Já estava a ficar era com sono. Passei as mãos pelos olhos e desci as escadas percebendo que Sophie, graças a deus, já tinha ido para o quarto. Olhei em volta e sai de casa dela indo para o carro. Eu era muito cuidadoso, e como a última coisa que queria era adormecer ao volante e morrer decidi dormir um bocado no carro antes de ir para ver se despertava. Dali ao colégio era mais perto, mas como queria ir até minha casa, ficava mais longe e era mais perigoso. Quando fechei os olhos, com a cabeça encostada aos braços, que estavam encostados ao volante, só acordei de manhã.

Levantei-me da cama e aproximei-me da janela, abrindo as cortinas da mesma e juntei as sobrancelhas ao ver o jipe do Roy ainda estacionado à porta de minha casa. Agarrei no meu robe e vesti o mesmo, calçando os chinelos para sair de casa de seguida. Bati ao vidro da janela do carro e tentei conter o sorriso que tinha nos lábios mas era demasiado engraçado - Bom dia, alegria. - disse com um sorriso enquanto mantinha o olhar no Roy.

O meu corpo estava regelado e eu estava meio acordado, mas estava com tanto sono que nem me mexia e limitava-me a tentar adormecer. Abri os olhos olhando devagarinho quando Rebecca me veio chatear e olhei para ela com a cara ainda em cima do volante - deixa-me dormir, tenho sono - queixei-me passando as mãos pelos braços.

Revirei os olhos com a boa disposição normal dele e abri a porta do carro que tal como eu pensava, estava destrancada - Anda lá, vais dormir para a minha cama. - coloquei um dos braços à volta do tronco dele para o ajudar a levantar-se e depois caminhar - E não digas que não sou simpática. - abanei a cabeça e fechei a porta de casa com o pé, continuando a andar com ele para o meu quarto - Depois da maneira como me trataste ainda agora, devia furar-te os pneus e deixar-te a dormir no jipe.

Fiz uma careta quando senti as mãos dela à volta do meu corpo para me tirar do jipe e deixei que ela o fizesse, fechando o jipe e trancando-o. Olhei-a ainda com os olhos meio fechados - está um gelo - comentei totalmente fora de contexto por não estar a ouvir nada do que ela estava para ali a fazer. - mas eu tratei-te tão bem - disse quando percebi a última parte das frases que ela me disse sentindo-me mais quentinho quando entramos em casa dela.

- Claro que sim. - abanei a cabeça e dei graças a deus por ainda não estar ninguém acordado ou ia ter que aturar as bocas da Sophie ou os sorrisos das empregadas. Assim que entrei no meu quarto com ele, fechei a porta e tranquei a mesma por prevenção. Se o meu pai o visse ali a dormir era grave. Ajudei o Roy a sentar-se na cama e descalcei-lhe os sapatos, atirando os mesmos para algures - Chega-te para lá, também quero dormir mais um bocado. - disse-lhe enquanto despia o meu robe.

Como ela estava a ser extraordinariamente simpática, a descalçar-me e tudo, deixei que continuasse e deitei-me fechando os olhos, que pareciam que estavam pegados um ao outro - não sejas gorda - disse baixinho quase com a voz sem se ouvir e encostei-me a ela quando se deitou ao meu lado porque pelo que conseguia sentir o seu corpo estava quentinho e era disso que eu precisava.

- Então não ocupes a minha cama toda. - resmunguei com um revirar de olhos. Puxei as mantas da cama para cima de nós assim que o Roy se chegou para a ponta e juntei as sobrancelhas ao senti-lo encostado a mim. Ainda devia estar a dormir por isso é que estava menos resmungão que o costume - Dorme que o teu mal é sono. - disse-lhe depois de fechar os olhos e de me deixar estar quentinha.