Quarto da Sophie

Ao me deitar a seu lado arregalei os olhos ao sentir-me cair. -Au - queixei-me com uma careta quando o meu corpo embateu no chão. -Eu tenho que ir - eu tinha logo avisado que tinha que ser rápido visto que tinha ensaio. Agarrei na minha roupa vestindo os meus boxers e as calças enquanto andava até à porta, mas ao abri-la voltei atrás para me despedir com um beijo. Estiquei-me até à camisola que estava meia perdida e saí, vestindo a camisola pelo corredor.

Ajeitei o meu cabelo que estava molhado por causa do banho enquanto saia do meu quarto e levantei uma sobrancelha quando vi um rapazinho a sair do quarto da Sophie. Ela costumava ter muita companhia destas mas não vinha para casa com eles. Mas com os nossos pais estavam nos EUA até ao final da semana, era normal que isso tivesse mudado um bocado - Espero que ainda saibas o caminho para a rua. - disse-lhe com um sorrisinho.

Estava a ajeitar a camisola quando vi a sua irmã, só podia ser ela, era muito boa para ser empregada ou até a mãe. Apesar da mãe dela ser modelo, duvidava que parecesse tão nova. Eu era mesmo um ignorando por não as conhecer, mas parece que nos colégios onde estive não havia revistas cor de rosa. - Eu tenho boa memória - disse-lhe com um sorrisinho.

Fechei a porta do meu quarto e segui ao lado do rapazinho pelo corredor. Ele ia para a rua mas eu ia até à sala para aproveitar um bocadinho a paz de estar em casa sem ter as pessoas a chatear-me lá no colégio - Ainda bem que isso acontece se não ias precisar de ajuda. - não percebia como é que a minha irmã ainda se dava a estas coisas. Não é que eu não andasse a fazer sexo, claro que fazia, meu deus, era o que eu mais fazia, mas não percebia como é que a Sophie ainda estava na esperança de encontrar o tal, como ela dizia. Ia mesmo ser um gajo como aqueles, que ela deve ter conhecido numa saída à noite e trazido para casa que ia ser o amor da vida dela. No máximo era a foda da vida dela, mais nada.

Ri-me com o que ela disse apesar de não ter piada nenhuma, uma das pessoas com quem eu nunca me metia era com gajas como ela, as raparigas ricas e arrogantes, a não ser que um dia esteja bêbado e sem saber o que fazer, isso já é outra história. - Está bem princesinha, mas eu sei o caminho e já saio do seu castelo - disse num tom irónico passando as mãos no cabelo para o pentear.

Olhei para ele e fiz olhinhos - Chamaste-me princesinha. - fingi uma voz toda derretida e abanei a cabeça - Se estás a pensar voltar a comer a minha irmã, não tens de me tentar dar graxa a mim. Da próxima vez vais ter cá os meus pais. A esses é que tens de dar muita graxa. - os meus pais eram bastante liberais e tudo o mais mas quanto a rapazes cá em casa, mais precisamente, dentro dos nossos quartos, isso era outra história. Encostei-me à parede da sala e disse-lhe adeus com a mão - Segue o cheiro da pobreza. Chegas à rua num instante.