Prince Charles Cinema

Olhei-a com um revirar de olhos e agarrei num monte de pipocas mandando-lhos todas à cara e aquilo foi tão aliviador que comecei a rir-me olhando para o filme que estava a ser uma porcaria - este filme está a ser o melhor do mundo - levantei-me - queres dormir ou vens comigo? - perguntei - eu já sei como é que és e se é para ir jantar a tua casa é melhor irmos para o colégio.

Tirei umas quantas pipocas que cairam para dentro do meu decote e assim que me levantei, espetei as mesmas na boca do Roy - Quero sair daqui, isto foi um despedicio de dinheiro. - resmunguei enquanto o seguia para a saida do cinema. Ri-me com o que ele disse e encolhi os ombros - Eu tenho de ficar gira. O meu pai é um lutador de boxe famoso e a minha mãe é modelo, queres que vá a parecer uma sem abrigo? - perguntei abanando a cabeça - Até porque eu estou a começar a fazer carreira, se sou apanhada pelos paparazzi a parecer uma sem abrigo sou capa das revistas todas por maus motivos.

Cuspi as pipocas que ela me tinha enfiado na boca e enfiei as mãos nos bolsos contendo-me para não lhe fazer mais nada. - Tu é que escolheste o filme - disse com um sorriso convencido. - Tens de ficar gira para ir jantar a tua casa - revirei os olhos - está bem - suspirei meio aborrecido, ela não percebia que não precisava de se maquilhar toda para ficar bonita? Fiz uma careta com o meu próprio pensamento e apressei-me a sair dali para me meter no jipe.

Revirei os olhos quando ele voltou a dizer que eu é que tinha escolhido - Peço desculpa, da próxima vez escolho o "juntos ao luar". Assim choras como as velhas e já ficas feliz. - resmunguei e entrei no jipe assim que chegámos ao parque de estacionamento do cinema - Não interessa, tenho que estar bem à mesma. - encolhi os ombros e meti o cinto de segurança - Mas desta vez vai ser mais rápido, já sei o que vou levar vestido.

-Tens que admitir que ia ser um filme muito mais interessante que aquele - encolhi os ombros, mas tinha que lhe dar razão, se fosse eu a escolher também teria escolhido os dos zombies, gostava mais de filmes de acção e terror, os romances faziam-me sempre ficar todo emocionado, mesmo a sério e isso fazia-me sentir um coninhas. Coloquei o cinto e olhei-a - é suposto ir bem vestido? - perguntei. - eu não pretendo ficar lá muito tempo - encolhi os ombros.

- Deve ser. - resmunguei com um revirar de olhos e cruzei as pernas. Olhei para ele quando voltou a falar e encolhi os ombros - Tu vais como tu quiseres mas não convém ires vestido à mendigo. - sorri quando ele disse que não ia ficar lá muito tempo - Vamos ver. - já sabia como é que eram os nossos jantares de família depois dos meus pais virem de viagem, demoravam horas por isso "rápido" não era uma das definições destes nossos jantares e o meu pai não o ia deixar ir embora a meio, até porque o Roy estava a tomar conta de mim, tinha de me levar de volta ao colégio.

Revirei os olhos arrancando do cinema - eu não vou vestido à mendigo, mas que ninguém espere que eu vá de fato e gravata - odiava essas coisas - ah e a tua irmã, é bom que ela não faça comentários - resmunguei. Olhei-a quando a vi a sorrir, mas tive que desviar o olhar - o que é esse sorriso? - perguntei - eu não quero ficar lá eternidades, não sou da família.

Ri-me com o que o Roy se meteu para ali a dizer - Tu vais como quiseres desde que não vás muito mal. - encolhi os ombros e voltei a olhar para ele quando falou na minha irmã - Eu não controlo a Sophie, lamento. - estiquei o braço até lhe beliscar a bochecha e voltei a rir - Vamos ver até quando é que ficas lá, Royzinho.

Revirei os olhos, eu não conhecia tão bem a irmã dela quanto a conhecia a ela, tinha sido tudo numa noite, aliás, numa noite não, eu sabia que ela andava atrás de mim antes, mas só tinha falado com ela a sério na noite e digamos que já estava um bocado alterado para me lembrar de tudo. A parte mais vivida era de mim a sair do quarto dela e esbarrar contra Rebecca, a irritante da Rebecca. - Está visto que vou apanhar uma seca - resmunguei estacionando no colégio. Agora para entrar ia ser lixado, ia ter que saltar pelo muro.

- Não vai nada. - disse com um sorrisinho e tirei o cinto de segurança assim que chegámos de novo ao colégio. Estiquei-me para ele e mordi-lhe a bochecha antes de me afastar - Vais ver que te vais divertir. - sai do jipe do Roy e olhei para a porta de entrada do colégio, o que não era opção - Vamos ter de saltar o muro. - disse puxando o meu vestido para baixo e descalçando os meus sapatos. Podia ter ar de princesinha e gostar que me tratassem como uma mas também tinha um lado bastante rebelde e impulsivo.

-Sim, vai ser divertido, um jantar de família que não é a minha - suspirei, eu também nunca ia poder ter um jantar de família visto que.. pronto. Saí do carro depois de o trancar e assenti com a cabeça quando ela disse que iamos ter que saltar o muro - queres ajuda princesinha? - perguntei com um ar de gozo enquanto revirava os olhos.

- Vais ver que vai ser mais divertido do que tu pensas. - disse-lhe com um piscar de olho antes de lhe dar um soco sem força no braço. Atirei os meus sapatos para o outro lado do muro e abanei a cabeça - Não, obrigada, sapo. - respondi-lhe com um meio sorriso cínico pela maneira como tinha falado - Tenho a certeza que vais amar ver-me subir o muro, ver as minhas cuecas. - agarrei-me ao muro e fui metendo os pés em espaços que haviam por entre as pedras do muro - Tenho a certeza que é um dos teus desejos. - continuei só para o provocar.

Olhei-a com olhos de carneiro mal morto quando me chamou de sapo - o sapo é suposto ser alguma coisa à princesa e eu não quero, obrigado - disse com um sorriso igual ao dela. Esperei que ela subisse, esperando que não caísse para nenhum dos lados onde eu não a pudesse agarrar - não preciso de espreitar para ver as tuas cuecas, se as quisesse já as tinha visto - sorri convencido e comecei também a saltar o muro.

- Desculpas. - disse com um meio sorriso mal cheguei ao cimo do muro, sentando-me no mesmo com uma perna de cada lado enquanto olhava para o Roy que estava também a trepar o muro. A descida ia ser pior, era alto para me atirar por isso o melhor seria descer como tinha subido, para evitar torcer um pé ou cair de cara na relva - Tu adoras ver as minhas cuecas, e não só mas eu guardo esse teu segredo.

-Devo ser só eu que me lembro da noite de ontem então - disse-lhe. Subi até ficar como ela e depois de pôr a outra perna para o outro lado e saltar olhei-a - anda, eu ajudo-te - estiquei os braços - desce um bocado e eu agarro-te - olhei-a e desta vez tentava estar com um ar sério, porque se ela caísse podia ser grave e não queria que ela morresse ou coisa do género por minha culpa.

- Tu lembraste-te, até me pediste para dormir contigo. - disse com um sorriso todo espertinho antes de passar as duas pernas para o lado de dentro do muro do colégio. Olhei para ele meio desconfiada quando disse que me ia ajudar mas encolhi os ombros. Ele podia ser demasiado estúpido mas tinha a certeza que não ia fazer porcaria quando eu me podia levantar a sério - Se não me agarrares vou bater-te. - ameacei antes de desceu um bocadinho e me atirar de seguida.

-Se bem te lembras embebedaste-me, o álcool não me faz bem - disse. Fiquei mais atento quando ela pareceu confiar em mim e ia dizer algo desnecessário, mas desisti agarrando-a mal ela se atirou. - parece que já não vais ter que me bater - fiz um sorriso malandro e coloquei-a no chão, perto dos seus sapatos. - vai lá arranjar-te e sê rápida.

- Até parece, senhor vítima. - resmunguei com um revirar de olhos assim que o Roy me meteu no chão - Obrigada. - agradeci por ele não me ter deixado cair e agarrei nos meus sapatos, calçando os mesmo novamente. Ajeitei o meu vestido também e comecei a caminhar em direção ao edificio do colégio - Não te preocupes, já te disse que desta vez mais ser mais rápido. - mandei-lhe um beijo com a mão e fui para o meu quarto.

Nunca podia beber muito e dormir sozinho, ou com a porta fechada. Quando estava a dormir conseguia ser bastante maluco, principalmente quando tinha pesadelos. - Espero que sejas mais rápida - disse como um resmungo e entrei no meu quarto depois de termos dividido caminhos. Olhei para o meu armário e suspirei, era melhor ir minimamente apresentavel. Agarrei numa roupa mais nova que tinha,e vesti a t-shirt e umas calças olhando-me ao espelho, ia simples, mas não parecia um mendigo como ela dizia. Encolhi os ombros não me apetecendo escolher outra coisa e fui bater à porta do quarto dela.