Hyde Park - Lago

- Aceito o convite - Sorri olhando-o

-Está a começar a chegar a minha hora de ir embora. - disse-lhe. Ainda tinha de ir dar aulas à tarde. - Mas se quiseres podes almoçar comigo.

Olhei-o com um sorriso
- Ok pode ser, também ainda tenho tempo

-Vamos então. - disse-lhe e começámos a sair do parque.

Fui atrás dele

encerrado

Sai do jipe assim que o Roy o estacionou e agarrei-me ao braço dele para o puxar para o sítio certo. Assim que entrámos no parque foi um instante para chegarmos à zona do lago que estava vazio. As pessoas costumavam passear pelo parque o dia inteiro mas naquela zona perto do lago não costumava haver muita gente - Eu adorava vir para aqui quando era mais nova. - ajeitei a camisola dele que eu tinha vestida e sentei-me na relva - Dizia aos meus pais que ia para casa de uma amiga mas vinha para aqui pensar.

Segui-a em silêncio até onde ela me queria levar e assim que páramos fiquei a olhar em volta. Já tinha passado pelo hyde park, mas ir mesmo lá, não. Sentei-me ao lado dela ficando a olha-la e não consegui evitar rir. Abanei a cabeça passando as mãos pela cara e pelo cabelo - Foi preciso aquilo acontecer para começares a seres mesmo tu quando estás comigo?

Olhei para o Roy quando falou e encolhi os ombros, deitando-me para trás na relva enquanto o olhava à mesma - Parece que sim. - disse com um suspiro - Eu não gosto muito de falar com as pessoas e tenho dificuldade em confiar nas outras pessoas. - disse-lhe - É um mal que tenho desde pequena, por isso é mais fácil fazer-me de má e fingir que não quero saber do que mostrar quem eu sou mesmo. Parece que depois de quase ser violada, fiquei mesmo eu.

Fiquei a vê-la deitar-se na relva enquanto falava e depois desviei o olhar para o lado. Acho que era vísivel, tanto para ela como para mim, a minha mudança em relação a ela. Não estava com pena do que lhe tinha acontecido e agora estava a trata-la como uma pessoa normal, estava feliz por finalmente ela mostrar que não é nenhuma vaca e a trata-la com uma pessoa normal, eram coisas completamente diferentes. - Agora, eu podia beijar-te - disse assentindo com a cabeça - e continuar a ser fofinho, mas não sei se isto dura muito - disse em tom de brincadeira para ela perceber que eu estava a gozar.

Apoiei-me nos cotovelos quando o ouvi falar e ri-me ao perceber o que ele tinha dito - Porque é que não dura muito tempo? - perguntei sem perceber essa parte e encolhi os ombros - Podes tentar beijar-me, não sabes se eu vou retribuir. - disse com um meio sorriso. Tinha que admitir que apesar de achar graça a irritá-lo quando era cabra com ele, preferia estar assim com ele, na brincadeira mas sem nos tratarmos mal um ao outro.

Ri-me encolhendo os ombros - podes voltar a tornar-te numa cabrinha e eu não tenho paciencia nenhuma - disse com um sorriso. - mas espero que não - fiquei a olhar para o lado e só voltei a desviar o olhar para ela quando falou - eu não vou tentar beijar-te. - apesar de querer, não o ia tentar fazer para depois levar uma tampa, depois do que lhe tinha acontecido não sabia o que lhe passava pela cabeça.

- Não vou voltar. - respondi-lhe com um encolher de ombros e voltei a sentar-me na relva. Sorri quando o ouvi dizer que não ia tentar beijar-me apesar de continuar a não perceber porque é que ele fazia isso tudo com todas menos comigo mas pronto. Olhei para ele e suspirei - Preciso de ajuda a voltar a mim. Não a parte cabra mas a parte segura. - encostei o meu queixo aos joelhos - Sou modelo, tenho que me conseguir despir e neste momento não consigo pensar nisso. Pelo menos não para um monte de pessoas.

Olhei-a quando disse que tinha que voltar a si e aproximei-me dela pousando um braço por cima dos seus ombros - tu vais conseguir - disse convicto disso e olhei-a - se eu pudesse ajudar, ajudava- encolhi os ombros com uma careta. TInha que admitir que não era assim tão bom a ser simpático, era um bocado estranho.

- Obrigada. - agradeci com um sorriso e ri-me ao ver a careta dele - Não te preocupes, estás a conseguir ser simpático. - encostei-me a ele o que era fácil por ele ter o braço por cima dos meus ombros e beijei-lhe a bochecha - Hoje não tens ensaios ou assim? - perguntei porque já se tinha tornado um hábito ouvi-lo a falar da banda - Podemos ir embora se quiseres. - disse-lhe com um encolher de ombros.

-Não é hábito - disse com um meio sorriso quando ela disse que estava a conseguir ser simpático. Olhei-a quando se encostou a mim e tentei descontrair para não parecer uma pedra desconfortável. Abanei a cabeça quanto à sua pergunta - não, eles devem estar todos de ressava e a coisa não ia funcionar bem. - disse - talvez amanhã, queres ir? - perguntei referindo-me ao ensaio.

Sorri e encolhi os ombros - Mas estás a conseguir. - voltei a sorrir quando o senti a tentar descontrair-se apesar de ainda estar um bocado rígido de mais e levantei o olhar para ele quando explicou - Sim, posso ir. - respondi-lhe com um sorriso - Eu gostei do ensaio. - fiz uma careta porque ele ainda ia pensar que era por ter estado a falar com o colega dele mas não tinha sido isso - Vocês são bons, nunca tinha ido a um ensaio assim mas gostei bastante. - voltei a sorrir - Tu és bom e estou a falar da música não fiques já todo convencido. - dei-lhe um pequeno encontrão com o ombro enquanto sorria.

Assenti com a cabeça quando disse que podia ir e olhei-a quando disse que tinha gostado, fazendo-me levantar uma sobrancelha, mas baixei-a assim que disse que eramos bons - obrigado, não és a primeira pessoa a dizer isso - disse com um sorriso meio convencido, que ainda ficou pior quando ela disse que eu era bom, mesmo eu sabendo que ela não estava a falar daquela maneira. - eu sou bom de todas as formas, não precisas de explicar qual - disse rindo-me. - estou só a gozar.

- Vocês podiam falar com alguém e gravar um cd. - disse com um encolher de ombros - Ou tocarem assim em sítios públicos ou em festas para chamar mais a atenção para vocês. - afastei o meu olhar do Roy para o lago e ri-me ao ver um pato começar a vir na nossa direção - Acho que o pato ficou interessado na vossa banda. - brinquei voltando a olhar para o Roy - Eu conheço algumas pessoas que vos podem ajudar se quiseres. Assim tornavam-se mais conhecidos. - sorri-lhe ligeiramente e vi o pato a parar a alguma distância de onde nós estávamos.

Encolhi os ombros com o que ela disse - nós já temos um, aquelas músicas que nós ensaiamos quando foste eram do cd, mas eu sou o único que escrevo e como podes ver eu não ando a escrever muito - ri-me quando vi o pato - já vamos a alguns sítios tocar, mas nem sempre podemos - olhei-a interessado quando disse que conhecia pessoas que nos podiam lançar numa direcção melhor - amanha falamos sobre isso quando estivermos todos juntos.

- Cala-te. - disse num resmungo ao ouvi-lo dizer que não escrevia nada de jeito - Isso é mentira. - abanei a cabeça e sorri com o que ele disse, assentindo com a cabeça ao mesmo tempo - Está bem, eu quero ajudar-vos. Vocês são bons. - levantei-me e sacudi o rabo por ter estado sentada na relva - Tenho fome, queres ir comer alguma coisa? - apesar de ele ser a minha ama seca, ele tinha vida e se não quisesse vir comigo, não o ia obrigar. Por mais que gostasse de irritá-lo, agora pensava de maneira diferente.

Levantei as sobrancelhas quando ela disse que era mentira e encolhi os ombros. Estava meio surpreendido com a mudança repentina dela, mas por um lado percebia o porquê, eu falava mas era igual e também era por isso que não gostava de quando ela era quem não era realmente. Levantei-me e assenti com a cabeça - apetece-me um gelado. - disse indo com ela até ao caminho do hyde park - procuramos alguma coisa por aqui ou vamos a um sítio?

Sorri ao ouvir o Roy dizer que queria um gelado e comecei a afastar-me do lago, para voltar à parte do hyde park onde haviam caminhos próprios para andarmos - É melhor irmos a algum lado. - respondi-lhe com um sorriso - E há uma gelataria aqui perto por isso podemos aproveitar. - coloquei o meu braço à volta do dele antes de perceber muito bem porque é que o estava a fazer. Acho que sentia uma espécie de admiração e agradecimento por ele me ter salvo, afinal de contas, se não tivesse sido ele, o que tinha acontecido tinha sido bastante pior.